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Cultura Organizacional X Cultura Segurança

21/10/2025 - Educação - por Thiago Avelino

Estávamos no ano de 2016 e eu trabalhava em uma multinacional Francesa, onde respondia pela Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho.

Os incidentes estavam controlados, a postura dos profissionais contratados e subcontratados era confiável e sobretudo, trabalhávamos em uma empresa que oferecia para todos excelentes condições de trabalho.

Embora as empresas multinacionais sejam quase que unanimemente reconhecidas por boas condutas em relação a Saúde e Segurança do Trabalho, a seguir, eu vou compartilhar dois fatos que jamais me esquecerei naquele período onde por lá passei.

  1. Ao nos descolar da planta industrial no interior do Paraná para cidade ao fim do expediente, notei que o nosso diretor industrial recebeu uma ligação e que imediatamente acionou a seta, estacionou e atendeu uma ligação evidentemente importante.
    Parece um ato simples, mas diga a verdade: você pararia para atender ao telefone? talvez não.
     

  2. O segundo episódio foi ainda mais emblemático. Estávamos instalando grandes equipamentos que eram provenientes de países como China e Bélgica, e precisávamos desembarcá-los, do porto mais próximo, a aproximadamente 350 km de distância do destino final.

Além dos muitos quilômetros de distância, desde a saída até a entrada na fábrica, o transporte destes equipamentos exigiria muito desembaraços (etapas burocráticas para o deslocamento dos mesmos).

Em síntese, eu com a melhor das intenções, esbocei o desejo de presentear com uma caixa de bombom, uma senhora muito prestativa que trabalhava na portaria e que nos atendia sempre com muita prestatividade de educação. Pois bem, ao informar ao nosso diretor, ele imediata e educadamente me solicitou que não o fizesse, sob o argumento de que ela estava fazendo o que era paga para tal. Embora não fosse uma surpresa para mim esta conduta, confesso que me frustrou.

Na sequência ainda, tivemos um diálogo a respeito de uma outra conduta do código de ética e compliance da companhia. Todos os presentes por nós recebidos não importando valor, de quem ou de que escalão era quem os estava ofertando, este presente não pertenceria ao presenteado e sim a companhia que o sortearia entre os colaboradores.

Estas histórias de compliance, são na verdade a mais pura e concreta essência de uma CULTURA ORGANIZACIONAL que é tão madura, porquê envolve a alta direção. Sem ela, não seria possível com toda certeza.

Deixo aqui, portanto, alguns elementos que após 18 anos trabalhando, prestando consultoria e convivendo nas atmosferas de grandes companhias, entendo consolidar e fortalecer uma cultura organizacional.

  1. Envolvimento da alta direção, sem ela, não há motivação para todo o resto da companhia. Não se trata de exigência, mas inspiração.

  2. Cultura forte a gente não escreve e prática, a gente pratica e escreve.

  3. Liderança é o exemplo e a inspiração, não a imposição.

  4. Pessoas são o motor de crescimento de qualquer negócio.

Gostaria de relatar também, os desafios que enfrentei quando a pauta era a cultura de Saúde e Segurança por onde passei.

Que iam desde a formação limitada dos profissionais e gestores (não somente de SST mas no geral), orçamento para investimento limitado, condições desejáveis na atmosfera de trabalho, mas o pior deles sem dúvidas era a falta de visão estratégica sobre sua posição como profissional na empresa.

Inicialmente, remeto nossa atenção a uma frase que ouvi lá no início da minha carreira de um grande líder que dizia: “Segurança não é gasto, é investimento"… Parece muito trivial e certamente muitos de vocês já a devem ter escutado ou lido, porém, ela carrega um significado que vai muito além do que às vezes imaginamos.

Nenhuma, absolutamente nenhuma empresa avança de fase sem um olhar carinhoso para o seu maior patrimônio, que são os trabalhadores, mas não trata-se apenas dos benefícios financeiros, trata-se da cultura de felicidade que converge inevitavelmente com a cultura de segurança. E o que seria esta tal de cultura da felicidade? São fatores como cultura de confiança, reconhecimento de crescimento, qualidade de vida, flexibilidade, e um propósito claro. Mas em que ponto estas duas se cruzam. Simples e exemplificando: quando Paul O'Neill assumiu a direção da Alcoa em 1987 e disse em seu discurso de posse para os acionistas …"Quero falar com vocês sobre segurança no trabalho. Quero tornar a Alcoa a empresa mais segura do mundo" ele não estava falando somente sobre segurança, mas sim em como engajar vertical e horizontalmente todos os profissionais da companhia em um único propósito. O propósito de proteger vidas, mas principalmente o de tratar estas vidas com muito mais dignidade, fazendo com que aqueles trabalhadores soubessem que não se tratava mais somente de lucro, mas de um propósito verdadeiro.

Estamos habituados a pensar em em cultura de SST sem associá-la a cultura organizacional e este é um equívoco que pode custar anos de um trabalho incansável, desgastante, frustrante, oneroso e sem resultados relevantes. Como diz Simon Sinek em seu livro comece pelo porquê, o “Porquê” que pode ser traduzido como "Propósito” é o que atrai e faz as pessoas darem o seu melhor. Portanto, não basta só falar sobre segurança e proteção das pessoas, mas sobre o real motivo que leva uma empresa a querer protegê-las.

Aquí na Safetytec e isso que vou falar é uma filosofia da companhia, nosso propósito não está ligado a Segurança do Trabalho ou a Tecnologia, mas sim a transformar a vida das pessoas. E como: fazendo da passagem de cada um dos colaboradores por aquí, uma jornada de aprendizado, percepção de valores, conquistas materiais e sobretudo, de ajuda ao próximo.

Portanto, encerro compartilhando uma profunda reflexão que sempre faço prestando atenção nos restaurantes, mercados e lojas em geral, em que sempre vou sozinho ou acompanhado da minha família.

Quando sou mal atendido, imediatamente deduzo que esta empresa não cuida bem de quem cuida do seu principal patrimônio, os clientes. E o contrário também é absolutamente válido, pois quando sou bem atendido, penso imediatamente que esta empresa, se preocupa com o bem estar e trata os seus colaboradores com dignidade e estes fazem o mesmo com os clientes. O Nome disso: Cultura, seja ela organizacional ou de Segurança, está sempre ligada ao sentimento de pertencimento e propósito de uma pessoa.

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Sobre o autor: Thiago Avelino Co-Fundador & CEO da SafetyTec do Portal ConsultaCA, SafetyEAD e BuscaEPI, Profissional de Segurança do Trabalho com 15 anos de Know How. Iniciou sua carreira prestando serviços para empresas de Engenharia em projetos de construção de grande porte como em Refinarias de Petróleo, Papel e Celulose e Metalurgia. Criador de conteúdo digital de SST. Mediador de debates, atuou como Auditor Bureau Veritas e também Lecionou no Senai PR.
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O que é CA?

O CA - Certificado de Aprovação - é um documento emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego que tem por finalidade avaliar e manter um padrão nos equipamento de proteção.

A NR6 - que regulariza os equipamentos de proteção individual - exige que todo equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a marcação do CA.

Para se obter um CA, o fabricante ou importador, deve enviar uma amostra do equipamento para um laboratório autorizado, o laboratório faz testes com esse equipamento e emite um laudo com as características do produto. Esse laudo é enviado ao MTE para emissão do CA que garantirá o padrão dos equipamentos que devem obedecer as especificações presentes no laudo.

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